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Pecuarista ajuda a recuperar rio e agricultora reduz uso de químicos

25/11/2023
Mayara e Malena, de Mato Grosso do Sul, têm a preservação ambiental como prática diária em suas fazendas

 

O que une uma pecuarista de corte e uma produtora de soja em Mato Grosso do Sul, além do amor à terra e à produção agropecuária? É a vontade de ser cada vez mais sustentável e de buscar, a todo momento, caminhos para isso. Mayara Martins de Souza Caldeira, criadora de bezerros da raça nelore na Fazenda Vereda do Buriti, em Camapuã, e Malena May, produtora de grãos nos municípios de Ponta Porã e Coronel Sapucaia, almejam, como diz a primeira, “estar sempre alinhadas com as necessidades de conservação ambiental”. Ao que Malena complementa: “Quando falamos em rentabilidade inevitavelmente esbarramos na sustentabilidade. Não dá para ser rentável sem ser sustentável”, afirma.

Desde que a família de Mayara adquiriu a fazenda de 700 hectares há dez anos, para criar bezerros de corte, buscou sempre “aliar práticas de conservação ambiental”, garante, embora a degradação já existisse por ali quando foi adquirida, o que vem sendo revertido ano a ano.

Agora, juntamente com o Instituto Taquari Vivo, criado para estancar o severo assoreamento do Rio Taquari, que passa pelo Pantanal, sua família e o instituto estão transformando a Vereda do Buriti em uma fazenda modelo de conservação ambiental – o que, por tabela, contribuirá para resgatar o curso d’água da degradação.

Fazenda-teste

“Nós somos o projeto piloto para salvar o Alto Taquari”, diz a pecuarista. “O que já recebemos de fomento até agora foi a instalação de cercas em volta das nascentes (que impede o acesso do gado, garantindo a intocabilidade dessa área de preservação) e, mais recentemente, o Instituto Taquari Vivo entrou com máquinas para fazer o terraceamento e curvas de nível”, complementa.

O terraceamento e as curvas de nível são técnicas eficientes para estimular a infiltração da água no solo, abastecendo o lençol freático e impedindo que as chuvas carreguem grandes quantidades de terra para o leito dos cursos d’água.

“O processo de assoreamento está intimamente ligado à erosão”, confirma o diretor do Instituto Taquari Vivo, Renato Roscoe, em vídeo. “Assim, para conter esse processo, e conservar o solo, fazemos bacias de contenção, terraceamento, melhoria e intensificação das pastagens”, continua. “Reduzimos a erosão na cabeceira do Taquari e o assoreamento a jusante.”

Na Vereda do Buriti, fazenda da família de Mayara Caldeira, dos 700 hectares, 25% são de mata nativa, ou 5% a mais do que exige o Código Florestal, conta a criadora. Em Mato Grosso do Sul, Estado que é considerado o “berçário” da pecuária de corte brasileira, pela sua grande produção de bezerros, a família de Mayara vende 200 desses animais por ano, de um rebanho total de 600 bovinos – sendo 400 vacas reprodutoras. “O restante é animal ao pé da vaca e novilhas.”

O projeto do Taquari Vivo chegou à propriedade por intermédio da própria Mayara, que, como jornalista, tomou conhecimento da iniciativa. “A partir daí resolvi falar com meu pai, Antonio Silvério de Souza, e minha mãe, Juceli Maria Martins Silvério de Souza, e eles toparam participar.” O próximo passo após o terraceamento é a recuperação de pastagem, diz. “A parceria com o Taquari Vivo foi essencial para garantir recursos.”

Desta forma, quando todo o processo de recuperação ambiental se concluir, Mayara espera obter maior rentabilidade, com um pasto melhor, e gestão mais profissional e efetiva dos recursos. “Conseguimos unir o útil ao agradável”, diz ela, finalizando: “O lema da nossa fazenda é Conservar e Produzir”.

Na área de grãos, o exemplo de sustentabilidade vem da engenheira agrônoma e produtora rural Malena May, que cuida da parte técnica da empresa familiar, o Grupo Agro JMay. Em cerca de 900 hectares, nas Fazendas Valo Forte, em Ponta Porã, e Guatambu, em Coronel Sapucaia, ela cultiva soja no verão e milho no inverno, em sistema de rotação de culturas, respeitando e mantendo uma área de reserva legal de acordo com o que exige a lei.

Biológicos

Além de todos os cuidados no manejo do solo, com plantio da soja, seguido do milho com braquiária – esta para formar adubo verde e manter o solo coberto –, Malena destaca o uso de defensivos biológicos na lavoura para combater doenças e pragas. “Fazemos a produção de bioinsumos, em parceria com a empresa Solubio, dentro da própria fazenda, com custo baixo e alta qualidade”, destaca.

FONTE: https://www.estadao.com.br/economia/agronegocios/pecuarista-recuperar-ri...